quarta-feira, 8 de julho de 2009

A dois passos do paraíso



Oito de julho de dois mil e nove. Há exatos doze anos, eu nem sabia direito o que queria da minha vida, não sabia nem o que era conquistar uma Copa Libertadores, apenas ouvia relatos de meu pai, não sabia o que era um título brasileiro e sobretudo, não sabia o que é uma final da competição mais importante do Continente. Assumo que logo após a vitória contra o Grêmio, a minha ficha ainda não havia caído, estava mais preocupado em comemorar aquela vitória sobre o tricolor gaúcho do que com a próxima fase. Mas quando me dei conta, vi que estava no momento mais sublime e grandioso, pela segunda vez em vinte anos de vida, do futebol latino-americano.

Para um torcedor de um time considerado grande e com chances reais de títulos em tudo que disputa, essa ansiedade poderia já ser normal para mim. Mas não é, cada título que disputamos tem um sabor diferente, principalmente essa Libertadores, que foi marcada por tantos obstáculos que pareciam impossíveis de serem superados.

Inicialmente tivemos que lidar com a fama ruim de Kléber, que de longe é a cara da nossa participação no torneio. Um jogador raçudo, batalhador e inteligente, mas também com muitos problemas disciplinares. Nos primeiros jogos do “Gladiador”, ele foi expulso e tomou grandes suspensões, mas ao retornar, voltou a atuar bem e conseguiu ajeitar seu temperamento. Muitos dizem que é por causa do amor que encontrou em Belo Horizonte, acredito que não é só por isso, mas também por uma ajuda psicológica e a possibilidade de escrever seu nome no Hall da Fama dos principais jogadores da história do futebol latino.

Outro fantasma que nos assolou foi o do jogo fora de casa. Todos duvidaram do Cruzeiro, e hoje ainda duvidam, apesar da nossa campanha ter sido boa na Libertadores, exceto pela péssima atuação em La Plata, que, com certeza não será repetida nesta noite. Vencemos, e convencemos contra o São Paulo. Empatamos um jogo que já era dado como uma derrota acachapante contra o Grêmio, em Porto Alegre. Nada nos credencia tão bem para enfrentarmos este “fantasma” argentino.

Independente do vencedor, Cruzeiro e Estudiantes foram, de longe, os melhores times da Libertadores. A vitória não é só sonho meu e de milhões de cruzeirenses espalhados pelo mundo, mas também é novamente um novo acesso ao Mundial, o grande título que falta na nossa sala de troféus. Ganhar esta Copa não é só apenas um título, mas também um alento a todos os torcedores do Cruzeiro que se acostumaram a ver grandes times, mas que eram desmontados antes de conquistar qualquer troféu importante, ganhando, na maioria das vezes, só Estaduais.

Com felicidade, com paixão e com muito otimismo. Me sinto a dois passos do paraíso, a minha confiança está em alta e acredito em um grande resultado em La Plata, se tudo der certo, vamos afastar o fantasma decisivo dos grandes times argentinos, que sempre abrem uma boa vantagem em casa e cozinham o adversário na volta. Aposto em 2x1 para o Cruzeiro, um de Kléber e outro de Jonathan. Escrevendo assim mais uma página heróica e imortal de nossa história!

Um comentário:

Guilherme Oliveira disse...

Aposto em 3 a 1 pro Estudiantes